Por GoNext
As empresas familiares são uma importante parcela no mercado financeiro brasileiro. Estudos recentes apontam que esse nicho no Brasil cresceu mais do que a média mundial. É o que revela levantamento da PricewaterhouseCoopers (PwC), publicado no final de 2015. Na época, 79% das empresas familiares brasileiras cresceram no período de 12 meses avaliado e 76% delas esperavam franco crescimento nos cinco anos seguintes. A médica global desses aspectos de estudo era de 65% e 85%, respectivamente. Apesar dos altos índices verificados no estudo, um tópico pode ser motivo de preocupação: apenas 11% das empresas familiares possuem um processo sucessório bem estruturado.
De acordo com Eduardo Valério, diretor-presidente da GoNext Governança & Sucessão, o processo de sucessão é essencial para a boa desenvoltura dos negócios. E a escolha do sucessor é uma das fases mais importantes dessa transição. “Para que o processo sucessório aconteça de maneira exitosa, recomendamos que sejam adotados os seguintes instrumentos e respectivos órgãos: preparação das famílias envolvidas por meio do acordo de família e sócios, prevendo as regras do processo sucessório; preparação do sucedido para que este seja agente e patrocinador do processo; envolvimento do Conselho de Administração como órgão mediador e aferidor; além do desenho do formato de avaliação do desempenho do sucessor”, orienta Valério.
Mas como escolher um gestor quando há vários herdeiros disputando o mesmo cargo? O especialista acredita que as competências para o bom desempenho da função na empresa deverão obedecer às descrições formuladas em acordo e a determinação sobre quem deve ser o novo gestor advém das características exigidas pelo cargo. Além disso, segundo Valério, a formulação de um planejamento estratégico pode ser determinante para elencar quais as competências demandadas para chefiar a maioria das funções da empresa. “Em nossos projetos identificamos várias situações muito específicas, já que cada empresa/família tem a sua própria dinâmica. Contudo, podemos afirmar que, dentre os mais de 180 projetos atendidos pela GoNext, a maioria das empresas teve seu sucessor oriundo dos herdeiros (cerca de 65%) . Nos demais casos foram outros familiares não herdeiros (cerca de 15%) e no restante, a função foi exercida por profissional não pertencente à família”, afirma Valério.
Quando a opção para a sucessão é feita visando um executivo de mercado não pertencente à família para assumir a função, dentro das atribuições também é alocado o projeto da sucessão, segundo Valério. “Muitas vezes há um ‘gap’ entre as gerações quando os herdeiros ainda são muito jovens para o processo sucessório. Dessa maneira, a opção é o ingresso de um profissional externo, o que também pode contribuir muito no processo de sucessão, dando aos herdeiros o tempo necessário para avaliarem suas competências e metas profissionais, sem comprometer o rendimento da empresa nesse período”, comenta o especialista.