O Brasil é um país de empreendedores. São cerca de 4,5 milhões de empresas nacionais, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2017. Além disso, as famílias estão extremamente ligadas aos negócios. Segundo o órgão, aproximadamente 90% das empresas são familiares.
Para ser caracterizado como familiar, o negócio deve ter:
- Sua origem vinculada à família;
- Familiares como membros da gestão; ou
- Propriedade exercida por uma ou mais famílias.
Um dos desafios enfrentados por essa categoria de empresários é a valorização das relações sociais afetivas em detrimento dos vínculos corporativos. Isso impacta as decisões organizacionais. A relação próxima entre propriedade e controle também é outra questão que influencia a administração do empreendimento.
As dificuldades de lidar com questões ligadas diretamente ao negócio, mas que podem afetar os vínculos familiares e pessoais, acabam prejudicando o desenvolvimento da empresa e sua competitividade no mercado. Assim, inclusive sua perenidade é colocada em risco. Ninguém inicia um projeto para ter uma vida considerada curta. A intenção é que todo esforço, dedicação e tempo sejam compensados com sucesso, crescimento e sustentabilidade ao longo dos anos.
Sucessão familiar: desafio deve ser superado para garantir a longevidade da empresa
O pensamento a longo prazo também envolve a sucessão para os herdeiros. Nem sempre quem será sucedido prepara o caminho que deve ser trilhado pelos futuros administradores. Conseguir manter a saúde da empresa e dar continuidade ao trabalho desenvolvido exige mais que vontade. Exige um planejamento eficiente, detalhado e personalizado.
Segundo dados do IBGE e do Sebrae, 70% das empresas familiares não sobrevivem à sucessão do fundador. Apenas 5% são capazes de se manter até a terceira geração. A ausência de profissionalização na administração e os conflitos internos são apenas alguns dos fatores que favorecem o fracasso empresarial. Esses conflitos são gerados, principalmente, por:
- Interesses divergentes entre os familiares;
- Inexistência da governança corporativa;
- Falta de planejamento na sucessão;
- Resistência às inovações e às mudanças exigidas pelo mercado.
Ainda é necessário levar em consideração eventuais disputas por dinheiro ou poder e a ausência de uma definição exata do cargo e da função que cada um possui dentro da empresa.
Neste cenário, a consultoria em empresas familiares se torna fundamental. Com a ajuda de especialistas, a família é levada a refletir sobre vários aspectos importantes de gestão. Como resultado, todos reconhecem a necessidade e a urgência da implantação de uma governança corporativa alinhada aos valores organizacionais e aos objetivos da empresa.
Empresas familiares: vantagens obtidas ao contratar uma consultoria
A consultoria é essencial para a saúde de uma empresa familiar. Ela é capaz de revelar suas fraquezas, seus pontos fortes, seu posicionamento no mercado e como está sua marca perante os concorrentes. Também é capaz de identificar quais são as oportunidades que podem ser exploradas para aumentar sua competitividade.
A visão de profissionais que não fazem parte da família assegura mais confiabilidade e segurança nas soluções propostas. Afinal, os laços afetivos ou questões emocionais não irão influenciar o diagnóstico nem a análise do panorama atual. Além disso, a experiência dos consultores é um diferencial que agrega valor ao processo e aos resultados.
A aceitação de todo o processo por cada membro familiar que faz parte da empresa é facilitada quando as estratégias apresentadas são orientadas e definidas por uma pessoa de fora. Essa pessoa irá analisar a situação de maneira isenta e com critérios claros e objetivos.
Consultoria ajuda a estruturar e a consolidar a governança corporativa
Uma das ferramentas mais importantes quando se fala em consultoria para empresas familiares é a governança corporativa. Ela diz respeito às regras, aos processos e às práticas da organização. Estrategicamente, a governança visa apontar as direções que devem ser seguidas para atingir as metas desejadas.
A governança corporativa deve ser considerada como um processo primordial para o desenvolvimento da companhia, por meio do qual é possível promover harmonia nas relações profissionais e pessoais. Assim, ela evita desgastes pelas demandas e conflitos relacionados ao negócio.
Quando o proprietário compreende que cada pessoa tem sua função e seu papel dentro da organização, a governança corporativa passa a ser um processo descomplicado e que naturalmente se enquadra nas suas expectativas. Portanto, é possível aumentar o potencial dos resultados que serão gerados com a sua implementação, quando se entende que as figuras do controlador, do gestor e do membro familiar são extremamente distintas.
A governança corporativa permite a criação de um sistema com ferramentas que possibilitam acompanhar tudo o que é feito a distância. Com isso, o gestor ganha tempo e tem a segurança de estar sempre ciente de todos os processos e da prestação de contas.
Como funciona a consultoria?
Para chegar a este resultado, a customização do projeto é fundamental. Todas as características únicas da empresa devem fazer parte da elaboração do plano. Suas necessidades e objetivos também vão orientar o caminho a ser seguido. Em todas as etapas, é de suma importância o alinhamento com a cultura organizacional.
A implementação da governança corporativa constitui uma base sólida para as empresas familiares e disponibiliza instrumentos e indicadores que promovem o fortalecimento do negócio e a mensuração efetiva dos resultados, além de garantir a manutenção da fonte geradora de recursos da família.
É interessante observar que algumas empresas possuem um grau de governança corporativa. Entretanto, a ausência de um projeto estruturado dificulta que suas ações sejam eficientes e, inclusive, prejudica a compreensão desta ferramenta vital. Dessa forma, a consultoria é capaz de verificar a estrutura existente e construir o nível adequado de governança.
Outra vantagem da consultoria neste contexto é a abertura de um espaço para que o gestor ou proprietário possa atuar em questões mais estratégicas e utilizar todo seu conhecimento e experiência para orientar a melhor maneira de executar as diversas ações de gestão necessárias ao bom desenvolvimento da empresa. Promover crescimento sustentável e assegurar a perenidade da empresa são os principais propósitos da consultoria.