No dia 16 de setembro, a GoNext Governança & Sucessão proporcionou o encontro online dos membros do fórum GoNext Herdeiros & Sucessores com Carolina Strobel, sócia do fundo de capital de risco Redpoint eventures. O debate explorou as oportunidades do mercado brasileiro a partir da “Inovação e empreendedorismo”, tema do encontro.
Carolina integra o conselho de empresas Randon, Fleury e LG e a entidade de fomento Anjos do Brasil, e traz em sua trajetória anos de experiência de investimentos na América Latina a partir do Vale do Silício.
Desde 2001, ela estuda, analisa e movimenta o mercado de inovação a partir do investimento em capital de risco para empresas inovadoras de base tecnológica.
Hoje, Carolina está à frente de um fundo de investimentos focado em empresas de até médio porte que possuem alto potencial de crescimento, mas ainda são muito novas e têm faturamento baixo, muitas vezes até em fase pré-operacional.
“A gente costuma receber mil pitchs por ano. Empresas que chegam até nós e dizem: temos um problema e a gente está solucionando desse jeito. A gente olha pra esse problema, olha pra solução e olha pra quem está desenvolvendo, e aí investe!”.
A Redpoint eventures conta com um portfólio de investimentos com startups de destaque, como Rappi, Creditas, Olist, RD Station, Pipefy e Gympass.
Os investimentos da Redpoint cobrem as primeiras fases do desenvolvimento de negócios inovadores: o pre-seed e seed (antes da operação), Série A e Série B.
É a partir desse ambiente de inovação latente e com múltiplas experiências de crescimento exponencial que as empresas familiares podem aprender a perder o medo desses concorrentes que emergem com base tecnológica. Porque se juntar a eles é uma alternativa viável e promissora!
“Há 10 anos, as bolsas de valores estavam completamente diferentes. Economia tradicional era a que reinava: empresas de petróleo, de consumo e as maiores em tamanho tinham também maior valuation. Hoje, a indústria de tecnologia está em primeiro lugar, as empresas mais valiosas do mundo são as de tecnologia”, apresentou a palestrante.
Carolina apresentou um gráfico de crescimento das empresas de tecnologia de 2019 a 2021. Mesmo durante a crise da COVID-19, nota-se um crescimento de 130%.
A investidora participou da criação do maior hub de inovação da América Latina, o Cubo, uma parceria entre a Redpoint eventures e o banco Itaú.
“O Itaú percebeu que se não começar a entrar no universo das fintechs e startups, poderia correr um risco enorme com o próprio negócio”. Assim, o Cubo consegue criar uma ponte de retroalimentação entre um grande player e as empresas de base tecnológica que estão surgindo.
Assim, cria-se o que o mercado chama de cluster de conhecimento, encontros casuais para troca de experiências, de talentos, de ferramentas e processos, e, consequentemente, crescimento conjunto.
Dessa forma, nasce uma tendência essencial à inovação: as corporate ventures.
Mas, afinal, o que são corporate ventures?
“Corporate ventures é quando a sua empresa começa a incorporar um braço de investimentos em capital de risco de diferentes maneiras, para criar uma visão aproximada de como outras empresas de tecnologia estão fazendo coisas diferentes. É nesse momento que você se abre a diferentes soluções, com olhos e ouvidos próximos do que o mercado está fazendo”, explicou Carolina
Com a tendência, empresas que costumam se sentir engessadas diante das transformações tecnológicas, passam a incorporar a cultura e o ritmo da inovação de startups e scaleups.
Mas se isso parece conversa restrita ao Vale do Silício, Strobel mostra que nosso território brasileiro também é fértil para inovação e empreendedorismo. Em 5 anos, o Brasil criou 21 unicórnios, ou seja, startups com valor de mercado acima de 1 bilhão de dólares.
“Para ser investidor em capital de risco é preciso acreditar que o futuro é bom. Sem o olhar do crescimento é mais difícil investir em inovação. E a tese de investimento do Brasil é uma tese otimista”, apresenta.
O Brasil é um grande mercado com um ecossistema robusto e com uma base de tese de investimento com características promissoras:
Carolina abriu os olhos dos membros do GoNext Herdeiros & Sucessores para o modelo mental do investidor que hoje olha para o Brasil. Esse olhar identifica grandes oportunidades para o país, porque investimento tem tudo a ver com o conceito de potencial.
“Quando você pensa: ‘não acredito que essa empresa vale tudo isso’, você não está pensando como investidor. Investidores olham o potencial do negócio, não o resultado financeiro. A Amazon, durante muitos anos, teve pouco resultado. Nos interessa o potencial. E para crescer em potencial não adianta só olhar dentro de casa. Tem que olhar pra fora”, explicou a palestrante.
Carolina também explicou diferentes modelos de inovação que trouxeram grandes resultados em grandes empresas, como a Magalu. Ao final do encontro, os membros do GoNext Herdeiros & Sucessores puderam apresentar, de forma segura e confidencial, seus desafios internos e suas experiências de inovação.
“Todo mundo olha Nubank e Stone e pensa: ‘nossa, começaram ontem’. Não, eles não começaram ontem. Essas empresas se ferraram durante muito tempo. Esse é o processo natural do empreendedorismo. Por isso, os líderes atuais precisam de resiliência e flexibilidade, entendendo que não vai acontecer do dia pra noite. Empreendedorismo e inovação acontecem em ciclos e é preciso saber disso e trabalhar o pensamento exponencial”, apresentou.
O GoNext Herdeiros & Sucessores integra as diversas ações do ecossistema do GoNext Fórum, uma plataforma completa de conteúdo e relacionamento para líderes de empresas familiares.
O GoNext Fórum também conta com viagens, formações, eventos, imersões e trilhas de conteúdo multicanal.
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