A continuidade do negócio familiar enfrenta desafios específicos. O cenário mais comum é estar diante do dilema: os herdeiros não possuem vocação para liderar a empresa ou os herdeiros não têm vontade de trabalhar no negócio da família.
Escolher o sucessor ideal para a gestão do negócio familiar é decisivo para o sucesso da empresa. Mas quando estamos diante da situação acima, surge um novo paradigma:
É melhor buscar, então, um sucessor não familiar?
Antes de te ajudar a se posicionar diante desta dúvida, vamos definir, de uma vez por todas, o que significa ser herdeiro e como ser herdeiro não significa, necessariamente, ser um bom sucessor.
O dilema herdeiros X sucessores
Um herdeiro é, por definição, a pessoa que tem direito legal aos bens e posses do fundador da empresa por ligação sanguínea ou por decisão em testamento que orienta a transferência de patrimônio.
Já o sucessor nada tem a ver com o patrimônio dos fundadores. Sucessor é aquele que assume a responsabilidade da gestão do negócio, a partir de critérios técnicos, competências e experiências prévias.
Na prática, é comum que os fundadores queiram ver esses papéis unidos. Mas a realidade exige menos projeções de expectativas e mais “pé no chão” para não comprometer a continuidade do negócio.
O primeiro passo para entender qual caminho sua empresa familiar deve tomar é avaliar:
Afinal, os herdeiros têm interesse em atuar na gestão do negócio?
Preparando o sucessor da família e o profissional
Imagine o seguinte contexto: você avaliou os herdeiros e descobriu que mais de um herdeiro têm interesse em se tornar sucessor.
Eventualmente, uma escolha precisará ser feita. E como embasar esta decisão? Colocando à prova as competências técnicas e habilidades comportamentais de cada um.
Convide os herdeiros interessados na sucessão a participar do negócio e a vivenciar as tomadas de decisão da empresa.
Nesses casos, o diretor e consultor sênior da GoNext, Gilson Faust, orienta a formação de um Conselho de Herdeiros & Sucessores.
“A partir da adolescência já é possível formatar um órgão customizado para o perfil dos herdeiros e sucessores. O conselho irá desenvolver as habilidades necessárias para que quando os mesmos forem os titulares dos negócios e patrimônio, exerçam adequadamente os papéis e responsabilidades de sócios ou sócios e executivos, compreendendo como o Sistema de Governança Corporativa auxiliará na perenidade dos negócios”, destaca Faust.
Já no caso de identificar que os herdeiros não têm interesse ou as competências necessárias para assumir a gestão, o processo pode ser mais simples, mas, claro, não menos rigoroso.
Mapeie as competências emocionais e organizacionais dos líderes da sua organização e do mercado. O importante é encontrar competências técnicas e comportamentais que completam o melhor perfil para dar continuidade ao seu negócio.
As novas gerações precisam conhecer o seu negócio a fundo e estar preparadas para os riscos inerentes à mudança da administração.
Existem profissionais competentes no mercado que são, sim, capazes de conduzir a gestão de forma íntegra, principalmente por estarem acostumados a assumir decisões de gestão em experiências passadas.
Apesar de dois caminhos diferentes, já deu para perceber que a saída é sempre pelo critério de competência profissional.
Fácil entender, mas a realidade é complexa. Afinal, os fundadores podem se sentir preteridos com a opção de adotar um profissional do mercado como sucessor.
Neste ponto, mais razão e menos emoção é essencial.
Sucessor do mercado não é abrir mão do legado familiar
Diálogos francos e honestos entre as relações societárias e familiares podem ser desafiadores, mas precisam ser realizados.
É importante que os herdeiros se sintam livres para dizer se querem ou não atuar na gestão do negócio, assim como é essencial que eles respeitem toda a trajetória e dedicação dos fundadores para a criação e manutenção da empresa.
A questão que muitos gestores não consideram é que é preciso extrema maturidade organizacional para ambos caminhos: escolher o sucessor herdeiro ou profissional do mercado.
Não quer vivenciar o pior cenário da sucessão: que é a perda do legado? Invista em amadurecer as dinâmicas familiares, societárias e administrativas ao máximo antes da passagem de bastão.
Observando o mercado, quanto mais maduro e pautado pela Governança Corporativa o modelo de gestão e de controles internos da empresa, menor é a resistência por aceitar o caminho do profissional não familiar.
Isso porque um Sistema de Governança Corporativa bem-estruturado estabelece uma visão de futuro para o negócio em todos os âmbitos, não somente na personificação dos herdeiros como futuros gestores.
Essa profissionalização da estrutura organizacional cria um ambiente de governança ideal, ou seja, os profissionais são escolhidos com base na formação, no perfil de atuação e nas experiências requeridas para conduzir os negócios.
Isso passa a valer para tudo e para todos. Afinal, como já mencionamos acima: na sucessão, a melhor saída é sempre pelo critério de competência.
Assim, você protege o legado do negócio pelas próprias estruturas da organização e não só pela confiança na atuação dos herdeiros ou sucessores.
Se um herdeiro não for assumir a gestão, também não significa que a família deixará de participar do negócio.
Os herdeiros podem integrar o Conselho de Administração da empresa e, assim, se certificarem que a memória e o legado dos fundadores estejam acompanhando a continuidade dos negócios.
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A GoNext desenvolve, há mais de 10 anos, planos de sucessão que garantem que a passagem do bastão seja feita de forma segura:
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