Desafios dos CEOs no Capitalismo Consciente

19/11/2021 - Por: Redação GoNext
Desafios dos CEOs no Capitalismo Consciente

Os membros do fórum GoNext CEO se reuniram com Dario Neto, diretor geral do Instituto Capitalismo Consciente, na quinta-feira, 18, pelo Zoom. O foco do debate foi “Capitalismo Consciente. O Papel do CEO”.

 

Dario é engenheiro ambiental de formação e trilhou uma trajetória empreendedora com ênfase na educação corporativa e na aquisição e retenção de talentos. 

 

Hoje, é CEO da Anga&Din4mo, uma plataforma de inovação e empreendedorismo de impacto, além de membro do Conselho da Counscious Capitalism Inc., uma comunidade global de líderes empresariais que buscam criar a cultura do propósito socioambiental no core business dos negócios.

 

“A superação dos desafios socioambientais do Brasil passa, necessariamente, pela iniciativa privada. Consciência, impacto e sustentabilidade não são mais áreas restritas da empresa. E não devem ficar restritas ao marketing e ao RH. Mais do que nunca, é uma agenda que precisa ser parte do core business e estar no centro das discussões de negócio”, argumentou Dario.

 

As inquietações que emanam dos investidores, dos consumidores e dos demais stakeholders podem encher CEOs de dúvidas e inseguranças quanto ao futuro da empresa. Por isso, a primeira transformação que precisa ocorrer é a cultural e educacional.

 

Afinal, sabemos responder de fato por que o Capitalismo Consciente se faz necessário na agenda das lideranças empresariais?

 

“No final do dia, o que vai mexer o ponteiro da conscientização é a visão da liderança. Coloque sua liderança na sala e fale sobre o tema. E a direção desse debate deve ser, no mínimo, sobre gestão de risco e compliance. Mas dentro de uma visão mais ampla, ela é uma oportunidade de transformação cultural, e é aí que outras áreas da empresa começam a perceber os resultados: atração de talentos, captação de capital”, provocou o especialista.

 

Dario apresentou aos membros o impacto dos títulos verdes e das metas de sustentabilidade no mercado de capital.

 

Governança, propósito e impacto empresarial

As metas ASG (Ambientais, Sociais e de Governança Corporativa) já ressignificaram a visão de negócio de maneira global.

 

Existem muitas formas de levar essas metas para a prática, mas o excesso de informação e a complexidade das demandas em ambiente de negócios instáveis, como o brasileiro, geram ainda mais confusão na hora de direcionar esforços.

 

“Temos exemplos de empresas que atrelam remuneração variável, bônus de executivos, e outros indicadores ao cumprimento de metas ASG. Outras empresas preferiram começar pela diversidade e inclusão ou criando um ciclo específico de pagamento de fornecedores. Disparidade salarial, descarbonização da economia. A vastidão de temas complica. Se você precisa começar por algum lugar, comece pela governança”, explicou Dario.

 

Ética e transparência, pilares essenciais da governança corporativa, serão os propulsores de como estabelecer as ações que tiram o propósito do papel e o colocam na sociedade.

 

Para Dario, o Capitalismo Consciente ganha vida dentro de uma empresa quando a governança direciona 4 princípios:

 

  • Propósito Maior;
  • Cultura Consciente; 
  • Liderança Consciente;
  • Orientação para Stakeholders.

 

São esses os pilares que vão estabelecer a confiança que o mercado, os consumidores, seus parceiros de negócio, e todos os stakeholders terão com a sua empresa.

 

Desse ponto de partida, Dario Neto convidou os membros do fórum a reeducar os agentes da governança corporativa (diretoria, conselheiros, presidentes de conselhos, sucessores) a uma nova noção de valor.

 

Consciência para um novo valor

A visão do Capitalismo Consciente é, para o especialista, uma prova de um novo momento social e cultural. Saímos do “ou lucro ou impacto socioambiental positivo” e entramos na era do “e”: “lucro e impacto positivo”.

 

“A prova disso é olhar o próprio mercado: as empresas que continuam olhando só para o bottomline do trimestre começam a perder competitividade. Por que essa agenda explodiu de verdade? A equação do mercado financeiro era risco, retorno e liquidez. Agora é risco, retorno, liquidez e impacto”, explicou.

 

A ampliação das desigualdades sociais, os riscos ambientais iminentes, a pandemia da COVID-19, tudo converge para que as empresas dominem uma nova percepção de valor. 

 

Esse novo sentimento de valor merece ser olhado pela ótica de como são feitas as relações comerciais. 

 

“Fornecedores, colaboradores, investidores, consumidores, todos mudaram sua forma de se relacionar. A prova disso é o resultado de empresas com posicionamento ASG maduro em momentos de crise ou recessão. Elas performam muito acima da média. Por quê? Porque elas já não têm relações transacionais com as pessoas. Se a relação é sempre fria e transacional, a resiliência dessa relação é baixíssima. Qualquer dor ou pressão quebra essa relação”, argumentou Dario sobre os novos paradigmas de negócio.

 

O especialista explicou que essa noção de valor está conectada de forma ampla ao alinhamento de propósito. Assim, fornecedores viram parceiros, clientes viram apaixonados pela marca e assim seu negócio gera perenidade e resiliência às crises.

 

Dario apresentou ainda como as empresas com Certificação B Corp (título emitido pelo B Lab para identificar empresas que seguem determinados padrões de transparência, responsabilidade e desempenho) estão transformando cadeias produtivas pelo mundo.

 

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Por: Redação GoNext

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